A desumanidade no Hospital Universitário de Cajazeiras em deixar de atender uma criança

Neste sábado, dia 21, enquanto pai de família, passei por uma situação que talvez muitos pais e mães de nossa região estejam sentindo na pele no dia a dia ao buscar atendimento médico pediátrico no Hospital Universitário Júlio Bandeira [nossa referência em pediatria].

Após notar vermelhidão e bolhinhas no tórax da minha filha, por volta das 18:40h decidi levá-la para o HUJB em busca de um pediatra, para saber como deveria proceder diante da suspeita de alergia.

Eu, minha esposa e minha filha seguimos destino até o HU. Chegando na casa de saúde fomos bem recebidos na recepção, ficha feita e sem nenhuma criança aguardando atendimento, [até me surpreendi com a recepção quase vazia do hospital], recebo o alerta da recepcionista de que o painel eletrônica chamava meu número para ir até a triagem. Eu e minha esposa entramos na sala e somos advertidos: ‘só é permitido a permanência de um acompanhante’. Minha esposa então fica com a minha filha para os procedimentos iniciais junto à enfermeira.

3 minutos depois, minha esposa me chama porque a enfermeira havia dito: ‘como a criança não tem febre, não podemos atendê-la’. Eu entro na sala da triagem, e a enfermeira, atônita diante da situação repete a mesma fala. Eu então pergunto: ‘se a criança está com sinal de alergia, a médica não deveria vê-la? preciso saber qual medicação ela precisa tomar!’ e a enfermeira retruca: ‘como ela não tem febre, a médica plantonista não vai atender’.

Eu me senti impotente diante do ocorrido. Lamento muito que esse hospital esteja vivendo esta realidade, justamente numa época em que estamos encampando uma luta pela realização do sonho de um novo Hospital Universitário, sendo que o que já existe e é uma realidade, está deixando de atender crianças, com a desculpa absurda de que se não houver febre a médica plantonista não atende.

Após o ocorrido, falei por telefone com a diretora do HUJB, Mônica Paulino e expus o que escrevi acima e ela me relatou que o procedimento não deve ser esse. Cobrei providências, como cidadão não posso me calar diante de uma absurdo como esse.

Agora, ainda mais, estarei vigilante para esta questão do Hospital Universitário, não podemos aceitar que crianças não sejam atendidas, como no caso da minha filha.

Antes de deixar o hospital com a recusa do atendimento médico, tirei uma foto da placa com a equipe de plantão no Hospital Universitário Júlio Bandeira para encaminhar ao Ministério Público, já nesta segunda-feira, sugiro que todos que passem por essa situação desumana façam a mesma coisa.

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