O ex-governador da Paraíba, Ricardo Vieira Coutinho foi o entrevistado do programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão na tarde desta quinta-feira, dia 12, e a pauta central, é óbvio: a crise/cisão no Partido Socialista Brasileiro na Paraíba que leva a comentários de um rompimento político entre RC e João Azevêdo, o atual governador do estado.
Na entrevista exclusiva ao sertão da Paraíba, Ricardo foi categórico ao falar sobre o fogo amigo que existe dentro do governo de João Azevêdo com o objetivo de causar o distanciamento entre dois amigos-irmãos que caminham/ram juntos ao longo da história do partido socialista na Paraíba, desde quando Ricardo iniciou sua militância, passando pela Câmara de João Pessoa, Assembléia Legislativa do Estado, até chegar ao Palácio da Redenção. A história de união de Ricardo e João não é de hoje, nem foi uma união pontual para vencer as eleições 2018, essa ‘irmandade’ resiste ao tempo, e um sempre esteve para o outro como um ombro amigo.
O povo paraibano acreditou todas as fichas no projeto de Ricardo, tanto que elegeu no primeiro turno o engenheiro indicado por RC que prometera dar continuidade a este projeto.
Desde janeiro de 2019, embora seja um governo de continuidade, João tratou de deixar sua impressão digital na máquina estadual e passou a promover mudanças pontuais no tabuleiro da Paraíba, o que agradou/desagradou muitos aliados.
Na tarde de hoje, durante sua entrevista, Ricardo não escondeu sua insatisfação com políticos que integram a base do governo e que segundo ele, representam a velha política. Ao citar Adriano Galdino, colocando-o como um dos maiores incentivadores da divisão no PSB, ele lamentou a postura do presidente da Assembleia, e o acusou de ‘nunca ter participado de reunião partidária, para construir o projeto’. Segundo o ex-governador, as pessoas ligados ao governo e que estão interessadas na divisão do PSB, vivem uma profunda crise de identidade ideológica, apesar de estarem filiados ao partido, não comungam com o que o PSB representa/defende.
Ricardo Coutinho também disse que a última vez que se reuniu com João Azevêdo foi em um evento que aconteceu no mês de junho deste ano em João Pessoa-PB e que o atual secretário de comunicação institucional do estado, Nonato Bandeira seria o principal culpado do distanciamento.
Questionamentos sobre as investigações da Operação Calvário também foram colocados durante a entrevista, sobre este tema, o presidente da Fundação João Mangabeira, desafiou qualquer pessoa a mostrar em qual governo o dinheiro público foi mais bem aplicado em obras e ações sociais.
Mas embora Ricardo tenha falado de tantos assuntos que rendem uma boa manchete, as considerações finais da entrevista me levaram a uma reflexão.
Tomando como referência a ‘história da águia’, cujo relato destaca a necessidade de se adaptar às mudanças, às vezes muito drásticas, que a vida nos proporciona, esta história – que muitos dizem ser verdade e outros não – nos reforça como podemos analisar e buscar alternativas de reverter as situações muitas vezes dadas como irreversíveis.
A HISTÓRIA DA ÁGUIA
“A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.
Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Então a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso vôo de renovação e para viver então mais trinta anos.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
Ricardo e João, atualmente, passam por um doloroso processo de isolamento, mas talvez ambos precisem disso para que a união deles seja renovada, ou até para que cada qual tenha seu encontro pessoal.
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